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Sema apoia pesquisa para avaliar e controlar medusa exótica invasora em Itaparica

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) junto com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos participaram nesta quinta-feira (24), de uma visita...

24/07/2025 18h22
Por: Redação
Fonte: Secom Bahia
Foto: Tiago Júnior/Sema|Inema
Foto: Tiago Júnior/Sema|Inema

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) junto com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos participaram nesta quinta-feira (24), de uma visita técnica ao município de Itaparica com o objetivo de dar início ao desenvolvimento de uma pesquisa sobre a presença da medusa Cassiopea andromeda, espécie exótica invasora que tem provocado impactos à biodiversidade e ao uso das águas da Baía de Todos-os-Santos (BTS).

De acordo com a oceanógrafa da Sema, Alice Reis, que participa da pesquisa realizada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), a espécie foi inicialmente identificada por meio de registros feitos por moradores da região. “No geral, a gente viu pela internet que estava acontecendo a situação da medusa. É uma espécie invasora, uma medusa invertida que estava proliferando em uma parte estuarina de um rio de Itaparica. Inicialmente, nós não fomos oficiados, mas recomendamos que não fosse feita a manipulação pela população”, explicou.

Apesar da expectativa inicial de que a ocorrência se encerrasse com a chegada do período de chuvas, o cenário observado atualmente aponta para um processo ativo de reprodução. “A gente vê ali na região indivíduos grandes, médios e bem pequenos também, indicando que está ocorrendo algum tipo de reprodução. E essa reprodução foi identificada pelo pesquisador Sérgio Estampa, da Unesp, que conseguiu coletar pólipos – estruturas microscópicas que liberam larvas periodicamente”, destacou Alice.

Diante da constatação de que o controle natural da espécie não se confirmou, a Sema articulou com pesquisadores e instituições parceiras a elaboração de uma pesquisa para análise da dinâmica populacional da Cassiopea andromeda. A proposta é atuar tanto no monitoramento quanto na tentativa de controle local da espécie.

“Essa espécie hoje não possui protocolo estabelecido de detecção precoce e resposta rápida. Então, o que foi pensado foi desenvolver uma pesquisa que nos permita entender o comportamento da população e, ao mesmo tempo, aplicar medidas de remoção. Como a área afetada é relativamente pequena e isolada, a erradicação local pode ser viável”, explicou a oceanógrafa.

Segundo Alice, a primeira etapa consiste em medir a quantidade e o tamanho das medusas, seguida da remoção dos indivíduos. A partir disso, novos levantamentos serão realizados nos intervalos de 15, 30, 60 e 90 dias após a ação inicial, sempre acompanhados de novas etapas de remoção. “O objetivo é avaliar o impacto da retirada e, com isso, buscar a erradicação da espécie naquele trecho específico”, concluiu.

O professor e especialista em Biologia Marinha, Emílio Lanna, do Instituto de Biologia da UFBA, é o responsável pela pesquisa. Em sua avaliação, a atividade foi positiva e é um dos passos na tentativa de conter o avanço da espécie na região. “Hoje a gente veio aqui fazer esse trabalho em conjunto com a Sema, o Inema e a comunidade para tentar resolver o problema que é essa explosão populacional da Cassiopea andromeda. Essa medusa formou uma grande população nesse pedaço da ilha de Itaparica e a gente fez uma ação conjunta para tentar entender a densidade populacional,  como vai ser a dinâmica de repovoamento dessa região", disse o professor.

Próximos passos

A partir da coleta inicial de dados e da remoção das medusas, a equipe técnica da Sema, em parceria com pesquisadores da UFBA, acompanhará a evolução da população ao longo de três meses. As ações terão o apoio da comunidade local, da prefeitura de Itaparica e de empresas que atuam na região.

O monitoramento periódico e a continuidade das remoções visam reduzir a presença da espécie e mitigar seus impactos. A expectativa é que os resultados obtidos com a pesquisa sirvam como base para o desenvolvimento de futuras estratégias de manejo de espécies exóticas invasoras em ambientes costeiros da Bahia.

Remoção de espécies invasoras

Na quarta-feira (17) houve a remoção de outra espécie bioinvasora, a Chromonephthea braziliensis, um coral mole que também vem ameaçando os ecossistemas marinhos da região. Cerca de 5 toneladas foram retiradas da BTS. A força-tarefa se concentrou em pontos críticos da costa da Ilha de Itaparica, como a ponte da Marinha, a Marina e a área de Pandelis.

A iniciativa também foi liderada pela Sema, com apoio do Inema, e contou com a participação da Prefeitura de Itaparica, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur), da ONG Pró-Mar, da Marinha do Brasil, da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ibama e de instituições acadêmicas.

Fonte: Ascom/Sema|Inema